domingo, 21 de setembro de 2008

The last Love Cat

Sábado à noite. Durante toda a semana as pessoas esperam por este momento para poderem esquentar as pistas de dança e cometerem todas as loucuras que a escuridão pode trazer. E, considerando que já estava há um mês sem sair de casa, eu estava pegando fogo. Claro que não vou pra qualquer lugar, o pagode da esquina não era uma opção. Mas com um telefone e os meus amigos a esperança de terminar bem à noite ainda existia. Infelizmente, com todos sem dinheiro por causa da Madonna ou sem tempo por causa do vestibular as minhas opções de companhia diminuíram. Mas, na ultima hora, Henrique me liga avisando que coincidentemente uma Ultra Love Cats ia rolar naquela noite. E eu, que tinha jurado não mais pisar lá, tive de rever minha promessa até por não lembrar porque a tinha feito. Ah, e por ter sido ‘subornado’ com caipirinha de graça também.

Antes de seguir, uma recapitulação. Depois do dilema da última semana [ler ‘Vontades não realizadas’] decidi que, mesmo se não ficasse com Rafael, não iria continuar com Luan só porque era confortável. Então na sexta chamei-o e fui sincero. ‘Não posso te dar esperanças em algo que não vai ter futuro’. Ok, pode me bater, mas prefiro uma verdade cruel a uma mentira ilusória. Mas o que me surpreendeu foi o fato dele não reagir negativamente, mas sim de dizer que ‘tudo bem, você sabe que eu sempre gostei de você...’ Preferia que ele me xingasse. E o fato dele com certeza estar na festa foi um dos motivos pra eu não querer ir, mas a vontade de dançar falou mais alto.

Então lá fomos eu e meus amigos para mais uma Love Cats. O inicio foi chato, mas depois de algumas bebidas já estávamos dançando e zoando como sempre fazíamos. De repente Luan brota do nada na pista e vem se aproximando dançando e olhando pra mim de jeito quase hipnótico. Ao chegar perto, sussurra no meu ouvido um ‘desculpa se fiz alguma coisa pra você não gostar de mim... adoro muito você’... E por um segundo vacilei ou pela proximidade e calor do momento, ou por estar pra lá de marrakesh pela caipirinha do Henrique, mas o fato é que terminamos nos beijando. Depois desse segundo, meus pensamentos voltam e começo a me deprimir por aquela situação de dar corda pra algo que não iria pra frente.

Em horas como essa o acaso se faz presente e prega sua peça. Meu celular começa a tocar. Como quem consegue a deixa perfeita, digo que vou atender do lado de fora e saio correndo. Já na luz vejo o que estava escrito: ‘Maurice chamando’. Perdi a respiração por mais um segundo e quando ia amaldiçoar o acaso percebo que ele estava na minha frente, rindo da minha cara de apressado.
‘Oi! Sabia que você estava aqui! Desculpa ter atrapalhado você, com o garoto lá...’
‘Não tudo bem, [foi ate melhor assim...] Mas o que você ta fazendo aqui?!?’
‘Vim com uns amigos da faculdade, acabamos caindo aqui...’

'coração na mesa, decepção com certeza...'

Henrique, de longe nos vê conversando e chega junto. Como meu melhor amigo e escudeiro, ele conhece a historia e o cara e o dramalhão que ele me fez passar.[se não conhece leia ‘Maurice’]
Então, assim que ele se despediu pra se juntar aos amigos, meu amigo me encostou na parede e disse ‘Nada de ficar com ele!! Amigo, Maurice NÃO!!’.
E antes que eu pudesse falar um ‘mas...’, já tava todo mundo a minha volta falando pra eu não fazer o que o meu tesão dizia pra fazer. Nessas horas é bom circular.

A música continuou, o DJ se animou e as pessoas começavam a perder a linha. E no meio da animação acabei esbarrando com Thiago. O esbarrão seguiu com uma troca de olhares 43, quase como num documentário de caça no Discovery Channel. As presas se encaram, se apresentam, começam uma leve corte [que não dura muito] e partem para o bote. Só pra deixar registrado foram só beijos. E foram ótimos. Thiago era um cara muito legal, passamos o resto da noite juntos. Entretanto, lá pelas tantas tocou uma tal música [que não lembro agora] que ele adorava. Me puxando pela mão ele me leva para dançar na frente do DJ. E, assim como na primeira vez, Luan brota novamente de sei-lá-onde e, vendo que tava acompanhado, faz cara de cachorro pidão. Com a musica agitada, Thiago se desvencilha do meu braço e começa a dançar enquanto Luan tenta insistentemente segurar minha mão. As pessoas em volta já não estavam entendendo nada. E eu, me achando numa comédia meio trágica e vendo o caráter explosivo daquela situação soltei a mão dos dois e fui pro bar... Na duvida, meu bem, pede mais uma cerveja.

'last dance, last chance for love...'

Entre idas e vindas, só fui embora quando a ultima musica tocou. Já tinha me esquecido como era voltar pra casa de manhã. No caminho de volta me lembrei porque tinha prometido não mais voltar naquela festa, o que fez todo sentido na voz do Henrique:

‘Esta pista já está muito manchada com os corações partidos e paixões não correspondidas’





Para ouvir depois de ler: ABBA - Mama Mia

3 comentários:

  1. ABBA
    Domingo passado eu e meus amigos quase levamos A Loca abaixo cantando essa música... rs

    Aliás, a última frase é um misto de romantismo com a era digital... adorei

    ResponderExcluir
  2. Oi,

    Encontrei seu blog por acaso. Comecei a ler ... e na medida que isso ia acontecendo, sua história começa a me envolver.

    E a minha curiosidade só aumentando. Não consegui parar de ler. Mesmo não te conhecendo, gostei de vc. Me parece uma pessoa honesta consigo e com os outros.

    Tenho um blog também - bem diferente do seu, pra falar a verdade! Me visita...

    E muito sucesso!

    Cassely

    ResponderExcluir
  3. Se blog é o mais perfeitoo
    adorei o q vxc disse: na duvida pede mais uma cerveja...arrasou
    rsrs
    bjos!

    ResponderExcluir