sábado, 13 de setembro de 2008

Vontades não realizadas

Escrevi este post há três dias com lápis de desenho. Isto é para que perceba o quão sem tempo estou. As primeiras provas chegaram e os prazos começam a ser delimitados. Com isso passa-se mais tempo na faculdade e menos em casa. O lado bom é que a mente fica constantemente ocupada não deixando espaço para besteiras. Mas o lado ruim é que a convivência forçada com meus coleguinhas de classe trouxe-me mais confusões pessoais. Parece que não consigo ficar fora de um bom dilema emocional. Bem, vamos aos fatos.
Há duas semanas estava saindo com um garoto de letras, Luan. Ele era desafeto do Jorge [vide post ‘George e Jorge’] e nos conhecemos graças a uma reviravolta novelesca quase mexicana e que não vale a pena ser mencionada. O que precisam saber é que no final eu fiquei com Luan e Jorge ficou com um mandado de segurança. Luan é um cara simpático, atencioso, assumido e possuía lindos olhos azuis. Ok, as coisas entre nós não eram flores, mas o problema era comigo. Desde o começo achei tudo muito aguadinho entre nós, mas nossa relação acabou se tornando algo confortável e conveniente para mim, já que sempre estava ocupado. [nota pessoal: me senti um cafajeste ao escrever isto... ].
Os dias vão passando e nada demais aconteceu: Lu me mandava mensagens, saiamos pra beber e dançar e me distraía. Até que as provas começaram e, além da falta de tempo, me deparo com um aluno novo, Rafael. Ele era um garoto típico e por isso mesmo, ideal: moreno, com cabelos compridos e olhos escuros que sorriam e sempre estavam a brilhar. Gostava de mágica, malabares e revistinhas.
Ate a última aula de Historia da Arte, era apenas mais um rosto que me dava bom dia. A aula em questão era um tédio. O professor, gago, passava slides numa sexta após o almoço. Desnecessário dizer que todos estavam quase dormindo. Nesta hora Rafael chega, atrasado como sempre. Ao abrir a porta, ficou procurando dentre os vários sonolentos da sala ate me encontrar e, sorridente, vir em minha direção. E naquele caminhar em slow motion algo na minha mente fez um click, numa daquelas conclusões quase obvias que acontecem: Rafael era perfeito. É claro que eu já tinha reparado que ele era bonitinho, mas nunca o tinha visto daquela maneira. Era como se de repente ele se tornasse não só atraente, mas pudesse ser tudo o que eu queria em alguém. Por exemplo, das poucas vezes que conversamos, percebi que ele se interessava pelo que eu gostava e ele sempre me fazia rir [...]. Ele sentou na minha frente e ainda sorrindo disse: ‘Perdi muita coisa? Depois me passa suas anotações...’. Eu não estava anotando nada. ‘Claro, eu passo a limpo e te entrego’. O professor pigarreou censurando nossa conversa. Imediatamente viramos pra frente, mas não sem antes ele piscar pra mim.

'my neck, my back...'

Meio abobalhado com minha descoberta e com a aula ainda desinteressante, passei a analisá-lo. Ele tinha a nuca mais bonita que já vi. Já me imaginava beijando-a naquele momento, quase sentindo meus lábios e seus arrepios. Subiria até sua orelha onde sussurraria uma besteira qualquer e passando meus braços envolta dele terminaríamos nos beijando como namorados. É claro que não fiz nada disso, mas quando dei por mim estava com uma puta ereção em plena aula de historia. E eu só tinha visto a nuca dele.
Sem jeito, corri para o banheiro para esfriar a cabeça, com perdão do trocadilho. No caminho, encontrei Camila, a mesma da primeira chopada [post ‘Contra a natureza’] que era da turma dele, então comecei a lhe fazer perguntas sobre o moço.
Como disse no começo, este não é um caso de final feliz e sim de confusão sentimental. Acontece que não só Rafael era hétero como ele namorava há dois anos uma menina, Luiza. Meu queixo foi ao chão, mas me segurei o suficiente pra dizer ‘Hetero?!? Que desperdício...'.
A aula seguiu comigo tentando não ficar reparando nele [como se fosse possível], mas a angústia gerada por essa paixonite relâmpago me colocou em cheque: estabilidade conveniente e aguada com Luan ou tento a chance com o hétero que me é só sorrisos?

'desliga a televisão e vai ler um livro...'

Sinceramente.... Acho melhor voltar para os estudos...



Para ouvir depois de ler: Vanessa da Mata - Amado

2 comentários:

  1. Menino mas que história...espero que pelo menos nas provas você esteja indo bem.

    Beijo

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  2. Parabéns pelo blog kra
    linddo demais
    adorei o poste!

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