sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Pequenos Sinais

Existem pequenos sinais que não são bons em um começo de namoro. Falta de sincronia é um deles. Não que meu namorado tenha de adivinhar o que penso ou desejo [apesar de que seria bom], mas se os sentimentos, interesses e assuntos não estão de acordo, a sensação de desconforto é certa.

Tudo começou na noite em que saímos para a balada juntos pela primeira vez, onde seríamos apresentados para os amigos um do outro.

Logo ao entrar no carro, Bruno dispara:
‘Amor, preciso te contar uma coisa, mas não sei como vai reagir’.
‘Conta, meu bem. Só vai saber quando contar’.
‘Não, vou deixar pra depois’.


Enfim, né... Fazer o que?

Ao chegar na festa, encontrei meus amigos e os apresentei. A cara de ‘que-pessoas-estranhas’ dele foi involuntária, ainda assim tentou ser social. Eu não. A minha reação foi idêntica a dele, mas não tentava conversar com as pessoas aleatórias que ele me apresentava dizendo que eram amigos dele - porque não é possível que aquelas pessoas sejam amigos. Entenda, não é preconceito. Para mim, amigos são leais, independente do que ou de quem gostam. Com isso, tenho poucos e bem diferentes [pra não dizer exóticos] amigos. Ele é o tipo popular em festas, gosta de ficar com pessoas ‘cool’ e fazer carão. Colecionava amigos de Orkut, mas não confiava em ninguém.

‘Amor, queria te contar um segredo’.
‘Conta logo, fica nesse suspense’.
‘Não, depois eu conto, vamos pegar uma bebida’.

Então, a bebida. Ele, virando conhaque a noite toda. Eu, com cerveja, dosando, pra não me deixar levar. Não que eu seja puritano, já tive porres homéricos, mas nunca na frente de namorados. Vamos considerar que isto aconteceu na segunda semana de namoro, então não temos tanta intimidade assim. Ok, relevo a bebedeira, mas me incomodou um pouco.

‘Bebê, você ainda quer ouvir o meu segredo?’.
‘Não, enchi desse suspense. Quer contar, conta. Não quer, não conta’.
‘Ah, ok. Mas era um segredo muito bom’.
¬¬


Mariana vem falar comigo e deixo ele com a brincadeira dele. Há tempos não falava com minha amiga e, enquanto atualizávamos a fofoca e fazíamos nossos comentários do lugar, vi Bruno passar pra pista de dança e começar a dançar. Logo, apareceu um engraçadinho pra dançar junto dele.
‘Luis, tenho de ser sincera. Levei um susto quando me apresentou a ele. Não que ele seja ruim, mas é muito diferente de todos os namorados que você teve. Mas espero que esteja feliz, de verdade’.

Enquanto as palavras dela deixavam mais uma pulga atrás da minha orelha, eu fui tirar satisfações na pista de dança. Não faço o tipo ciumento enlouquecido, sou sutil quando se trata disso. Bruno não estava dando mole pro carinha mas, que o carinha estava com segundas intenções, isso estava. Cheguei no ritmo da musica, fui chegando perto e puxei o garoto de lá, com direito a beijo pra esfregar da frente do abusado.
Nessa hora, meio alto, meio cansado, Bruno joga seu corpo em cima de mim. Segurando seu peso sobre o meu e tentando nos sustentar em pé na pista, ouço ele sussurrar no meu ouvido.

‘amor...eu te amo...’.

Os outros pequenos sinais provavelmente passariam batidos se ele não tivesse terminado a noite com estas três palavras. Era muito cedo, muito precipitado para tal. Não respondi na hora, mas depois, ao me questionar sobre isso [sim, ele lembrava de tudo no dia seguinte e se disse 'lúcido'], eu disse que estava achando tudo muito rápido.



Isso seria um começo pré disposto a dar errado ou eu que to vendo coisas?







Para ouvir depois de ler: Lady Gaga – Eh Eh (Nothing Else I Can Say)

3 comentários:

  1. ah meu deus

    a gente fala mt coisa qd tah bebado, mas d tds a pior eh dizer q ama alguem

    principalmente se párece precipitado dizer
    faltra d coragem p dizer isso eh o q ha d pior
    sinceramente

    xx

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  2. Adorei seu blog!
    Gostei do modo como vc escreve.

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  3. as coisas só dão errado no final, nunca no começo... então, vai em frente e se joga...


    menineeeeeeeeeeee

    eu tow linkado aqui? q honra!

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