Esta é a continuação de "Certezas e Possibilidades"
“I know I've been a real bad girl (I'll try to change)
I didn't mean for you to get hurt
So ever, we can make it better
Tell me boy now wouldn't that be sweet?”
The Sweet Escape
Gwen Stefani
O sol invadia o quarto pela cortina da janela. Era um outro dia, uma outra cidade. No chão garrafas e roupas, na cama apenas lençóis. A claridade faz os olhos se abrirem para um quarto de hotel vazio. Entre o acordar e o entender o que tinha acontecido, me arrasto ao banheiro e lavo o rosto.
No espelho do banheiro estava escrito com creme de barbear
“tinha esquecido que você ronca, mas te amo mesmo assim. Sai para comprar comida, já volto. Beijos, Edu.”
“tinha esquecido que você ronca, mas te amo mesmo assim. Sai para comprar comida, já volto. Beijos, Edu.”
E um post-it em baixo dizendo “Não sabe como é difícil escrever com creme de barbear...”
Só rindo. Entro no banho para ver se o resto do corpo acorda quando ouço a porta bater.
Eduardo coloca o rosto entre a porta e sorri, como criança.
“Não vai acreditar no mercado que tem aqui perto...” diz, mostrando as sacolas de compras.
“Se você contar eu acredito. To morrendo de fome...” respondo o beijando e procurando uma roupa.
Ele tira as compras e coloca em cima de uma mesa. O sorriso se apaga e ele sussura “Temos muito que conversar,Thi...”
“Temos, mas podemos fazer isso depois de comer, não?”
Ele ainda parece perturbado então o abraço por trás e digo que “Ainda não acredito que está aqui.”
“Nem eu. Só de pensar que matei o trabalho e o Junior e o que os meus amigos vão dizer e...”
“shii.... Por favor, não vamos fazer isso agora. Deixe os problemas do Rio para o Rio, hoje somos só nós...”
“Você está certo... que horas é a sua entrevista?”
“Depois do almoço, temos bastante tempo... Não sabe como senti falta dos seus braços...”
Eu o levava para a cama e entre os braços dele voltava a dormir, não me importando com o tempo lá fora ou o que o relógio dizia, pois tudo o que queria estava ali.
[...]
Eduardo não apareceu. Na verdade ele nem se importou em ligar ou qualquer coisa, simplesmente seguiu a vida dele. E eu as portas do portão 64 ia seguir a minha.
Eu tinha duas teorias sobre a sua não ida. Ou ele era incrivelmente sádico e quis me torturar por ter terminado com ele a primeira vez ou ele era incrivelmente tapado e não entendia o que estava fazendo comigo. Em ambos os casos, ele não era o tipo de cara que ia querer ao meu lado. E acho que significava que ele também não me queria.
Mesmo com a cena do que eu gostaria que tivesse acontecido rodando na minha mente, eu não me arrependi de nada. Em um mundo ideal o que desejamos acontece exatamente quando queremos e exatamente do jeito que imaginamos. Mas na vida real alguns desejos podem ate se realizar, mas eles nem sempre são do jeito que imaginamos. Eduardo não tinha nada em comum comigo e nos demos muito bem, melhor do que já estive com qualquer um. Mas hoje não mais. Acho que a moral desta historia é que é melhor amar e perder do que nunca ter amado ou qualquer outra merda do gênero.
Claro que dói. Mas ninguém precisa saber disso além de mim.
O texto não é meu, mas as sensações, pensamentos e conclusões da situação fizeram-se minhas. Sei bem como é passar por isso... Boa sorte aqui em SP!
ResponderExcluirI like it. would have enjoyed more description and vaguer dialogs... but that is just me. good work.
ResponderExcluirqueria te dar um abraço
ResponderExcluirnesse momento abraços sinceros fazem mta diferença
Se as pessoas encarassem assim, teríamos muito mais gente resolvida no mundo. Não é pecado ter saudade, pecado é fazer da saudade sua casa e só.
ResponderExcluirO coração precisa falar mas se ele manda em tudo pode jogar a gente em buracos donde é dificil sair.
Espero que aqui em SP novas oportunidades possam aparecer e quem sabe algo que faça valer a pena.
Na duvida, se ficar na Paulicéia, seremos vizinhos (ou não)
Beijao!
ResponderExcluiras coisas do coração, as velhas coisas do coração. as lembranças, as fotos, as cartas, bilhetinhos, livros dedicados, blablabla...
ResponderExcluir.
até eu fiquei com vontade de dar um abraço em vc, sem nem mesmo te conhecer. porque sei que, num momento como esse, um abraço é algo muito importante.
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as vezes as pessoas que mais amamos nos decepcionam. as vezes, num piscar de olhos, percebemos que a consideração que tínhamos por alguém não vale de nada para o outro.
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digo a vc algo que eu escrevi no meu blog hoje: não esperar dos outros o que você faria por eles.
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mudar é bom. seja de emprego, de cidade, de guarda-roupa. pq a 'insatisfação' da rotina por vezes é cruel e traiçoeira.
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tenho uma amiga que mora em sp. já está aí há quase nove anos. pense que tudo vai dar certo. e olhe com outros olhos: estás na nova iorque brasileira! :)