Ao me deitar no domingo à noite, logo após o ultimo post [leia Outra historia começa?] tinha comigo que a minha vida amorosa iria melhorar. Estava de coração aberto para isso. Acontece que às vezes o acaso pode ser mais rápido que você. Pois, logo na segunda de manhã, ao pegar um ônibus para ir à faculdade, uma chance apareceu.
Ele era um daqueles tipos tímidos, entrando no ônibus agarrado a sua pasta. Com um casaco listrado de cinza e preto ele vem e se senta ao meu lado. Já tinha visto aqueles olhos verdes algumas vezes, mas sempre em desencontro. E, bem, num ônibus cheio, dificilmente se é romântico. Mas milagrosamente neste dia o ônibus se encontrava vazio.
Começava então a parte do relacionamento que acho mais excitante: o flerte. Ok, estávamos tímidos, mas isso não me impediu de reparar no rapaz. Na pasta dele estava escrito ‘Letras/Faculdade Z’, então já sabia que ele ia descer antes de mim. Mas me incomodou um pouco, pois ser de letras não era um bom indício. [Luan e Jorge que o digam em “ The last love-cat”].
Entretanto, antes que qualquer coisa pudesse ser dita, milhares de pessoas adentram o ônibus de forma animalesca e ele ficou lotado. O contato com as outras pessoas se torna impossível e entre nós, se torna tenso. Mas o bom de ser gay é que temos habilidade de levar o flerte a um nível não verbal não compreendido pela maioria. Sendo assim, passamos a viagem toda o mais encostados possível, não por falta de espaço mas naquele roçar quase permissivo. Haviam semi-olhares tímidos e encostar de mãos. Ele arriscou até um carinho no meu braço. O ponto dele estava chegando perto. Ele puxa o celular com tanta pressa que cai no chão. Achei bonitinho, ele estar nervoso. Pegou o aparelho e começou a digitar um numero. Imaginei que fosse o seu e memorizei. Ele desceu, mas não sem antes dar aquela ultima olhada pra trás. Assim que o ônibus começou a se mover, escrevi o numero.
Pra ser sincero, não pretendia ligar. Ele era interessante, mas eu não estava desesperado [nem queria parecê-lo] e tudo pareceu se encaixar perfeitamente no que eu havia escrito anteriormente sobre esperança, como uma providência divina. Mas, depois de tomar um café mandei um ‘;)’ para ele.
Mensagem vai, mensagem vem. Disse que se chamava Beto e fazia Letras. Não dei muitas informações pra ele também. ”Se você for naquele ônibus pra faculdade amanhã, podemos conversar um pouco no caminho. Pretendo pegar o ônibus de 6H 55. Dá pra ser?” Claro que dava. Era um encontro pra 7 da manhã, mas era um encontro. Como é bom começar o dia assim.
Bem, acabo de chegar da faculdade e, apesar dos trabalhos e pendências, uma ponta de curiosidade me cutucou para saber quem era o boy. Lancei-me no Orkut a procura dele, então. E pensei que fosse ser mais fácil... Pesquisei por Beto, Roberto, Alberto, Adalberto e nada. Quando já estava quase desistindo lancei o ultimo nome, Humberto. E lá estava ele. O primeiro da lista...
Um sorriso escapou de mim... Vamos ler:
Humberto X
Quem sou eu: [uma música engraçadinha, mas tosca]
Idade: 27 anos [nossa, parecia mais novo...]
Orientação sexual: gay [pelo visto é assumido, que bom...]
Paixões: Desfiles das Escolas de Samba [muito carioca, mas nada a ver comigo...]
Esportes: Pedalo e malho todo dia [hmm... boa forma pelo menos...]
Atividades: Doutorado em Língua Portuguesa [...e inteligente...]
Relacionamento: casado(a) [WTF?!? Casado!?!?!? Comassim casado?]
E o sorriso que apareceu, se apagou. Imediatamente meus olhos caem nos depoimentos. Quatro do mesmo cara dizendo que o ama mais que tudo. Procuro no álbum, e vejo sete fotos de épocas e lugares diferentes com eles se beijando. E a cada nova descoberta, uma raiva crescente do canalha com um misto de vingança. Não vou ao ‘encontro’? Vou e sacaneio ele? Havia necessidade disso, se ele era comprometido?
Quando já estava com pensamentos malignos, me sentindo a própria Betty Davis, parei e respirei. O acaso parece que gosta de ironias no campo do amor comigo e eu cansei delas. Abre-se o peito e coloca-se uma plaquinha do lado de fora: ‘Fechado pra balanço’.
No dia seguinte, nem mexi no celular. Peguei minhas coisas como de costume e sai. A chuva, que sempre está presente nestes momentos dramáticos, estava forte. Ao passar perto do ponto de ônibus dele, um grande relógio marcava ‘7:01’. ‘Merda, ainda cheguei a tempo do encontro...” mas subiram vários e nada dele. Confesso que fiquei feliz de não ter de começar o dia falando poucas e boas pra alguém. Foi então que eu percebi que em pé na minha frente estava um rapaz moreno, com roupas meio playson daquele jeito que eu gostava [Maurice]. Ele também me percebeu e começamos o jogo mais uma vez... Já falei que eu adoro esse ônibus?
Deixa eu guardar essa placa para outro dia...
Para ver depois de ler: Love lied – Pink Vice
Já li a maioria dos posts incluindo os dois que 'participo' haha.
ResponderExcluiré de certa forma estranho saber por aqui de detalhes e sentimentos que vc nao me contaria ao vivo (como a reação que o Rafeal te deu durante a aula de história da arte auhsauhs) mesmo conhecendo muitas das historias. Adorei o jeito que vc escreveu todos os capitulos, como eu ja disse antes escreve muito bem :)! espero que pelo fato de agora eu vir aqui ler, nao mude a sinceridade dos posts (ou senao nao teria me dado a url tbm né haha).
Ah sim, achei lindo o jeito que me descreveu! *sorrisinho no rosto ^^..
genteeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
ResponderExcluireu adorei essa história vizinhoo
q kra mais canalha hein
casado e atras de vc...hehe
quero saber o restooo
quem eh o moreno misterioso?
Jesus
curiosidadee maximaaaaaaaaaaaaaaaa
ai essas conversas d onibus naum saum cmg...
ResponderExcluireu sou mais tímido e acho q nunk teria coragem de dexar rolar...
dificil d dizer
xx
A procura da pessoa ideal é sempre uma luta constante, Luis, mas o jogo da paixao por mais stressante que seja ao estar nele é saudavel e gostoso de se repensar nas atitudes certas que devemos seguir. Quando uma relação não está dando mais certo, é pq já tentamos de tudo e não pq tivemos nossa primeira briga pelo controle da tv. Concordo com vc em insistir para que ela dê certo, mas deixar de partir para uma proxima pelo desgaste da separacao e recomeçar algo, isso é outra historia. Pense bem, é para sermos felizes que estamos aqui, e pq nao arriscar todo dia algo novo, para que no futuro vc possa dizer: eu aprendi com fulano a fazer isso e hj sei q ja tive meus momentos de alegria com todos q tiveram comigo e ja sei o q espero pro meu amanha.Conhecer e aprender mais.
ResponderExcluirGrande abraço e obrigado pela visita no blog.São por msgs que recebo que me inspiro a escrever mais, e nao pelo cachê.
nossa, normalmente eu me sufoco dentro do onibus de tanta gente e calor que nunca pensei em flertar num lugar desses.
ResponderExcluirComo escreve bem.
ResponderExcluirCronista nato você!
É Luis de quê? (pra eu pôr no link).
Boa sexta.
Esperando o próximo post, viu?
ResponderExcluirE agora você faz parte do Idéias Mescladas.
Domingo lindo pra você.