domingo, 19 de outubro de 2008

Pride

Mais um ano e mais um dia de orgulho gay. Não que eu tenha ido a muitos, este foi o meu terceiro. Ele aconteceu no domingo dia 12, onde os gays cariocas se juntaram em Copacabana [teoricamente] para reivindicar direitos, embora muitos estivessem lá para beijar e dançar. Admito que no meu primeiro foi assim também. Causei, dancei e bebi, mas depois que os trios passam o panorama não era avanço e sim de decadência. É como o que acontece com as boates gays, só que mais evidenciado.
Apesar dessa triste conclusão, mesmo assim segui neste domingo de sol para apoiar a causa. Ta bom, ta bom... Não sou tão altruísta, havia um motivo egoísta. Tinha um trabalho de faculdade para fazer, um vídeo que precisava de uma cena com multidões então lá seria perfeito. Entretanto, com receio de roubarem meu material de filmagem não o tirei a câmera da bolsa conseqüentemente não filmei tanto.

Os travestis engraçados estavam lá. As ‘tres cervejas por 5 reais’ também. A música alta, os trios com descamisados, os amigos atrasados e aqueles que não esperava encontrar. Tinha Carlos Minc dando a louca no trio e gringos dando a louca com as drag queens, muitas delas de ‘Madonna’ . Eu vi a festa chegar ao auge, mas mantive minha cabeça na maldita bolsa vendo tudo de uma distancia segura. Queria beber e enlouquecer com a massa, mas também não estava à vontade para isso.




Quando já estávamos com um grupo relativamente grande de amigos e semi-conhecidos, começamos a andar no meio da rua de encontro aos trios. Pessoas se aglomeravam nas calçadas esperando roupas inusitadas e atitudes afetadas dos passantes, o que dava ao evento um triste ar de circo onde nós, gays e lésbicas, éramos a atração principal.

Rodadas de bebida começam ser pagas e finalmente relaxo quanto ao equipamento andando comigo. Tinha de aproveitar um pouco também. E como é de sempre, quando a bebida sobe as coisas esquentam... O que neste caso não foi bom.
Sabia que Henrique gostava de mim, mas já havíamos conversado que o sentimento não era correspondido. Tenho por ele uma boa amizade, mas ela se tornou complicada quando no alto das bebidas ele começou a insistir a me beijar. Podia ser onda, podia ser brincadeira, mas para mim pareceu como alguém que dizia a verdade, ate pela insistência dele. Mas a minha verdade era uma só.

‘Você sabe que eu te amo, meu amigo. Mas não posso te amar do jeito que você quer.’

No minuto seguinte, ele dá um perdido no grupo e aparece depois nos braços de um ex a quem ele não gostava. Me senti de mão atadas, pois qualquer sinal de amizade poderia ser entendido de outra forma então foi melhor deixar a musica rolar.

Lá pelas tantas, conheci Rodrigo. Ele estava no grupo desde o começo mas não tinha reparado nele. Mas ele tinha reparado em mim. Quando estou preocupado com outras coisas meu radar apaga total, não vejo nem o flerte mais descarado. Mas diante da situação anterior e sendo o rapaz uma graça resolvi ficar com ele. E ficamos juntos o evento to-do. Se você nunca foi num evento destes, eu coloco um comparativo para que entenda o quão impressionante é isso. Marina, por exemplo, que também estava no evento e me confidenciou que pegou 25 pessoas. O gênero destas foi difícil determinar então preferi não insistir... Enfim, o moço era engraçado, comprou pipoca pra mim e fez do evento algo bem mais divertido do que eu achava que seria estando como um casal.

Já dentro do metrô a caminho de casa, descansávamos abraçados ainda conversando e rindo de besteiras. Ate que de um grupo de travestis sentados ao nosso lado, uma delas virou e disse:



‘É bonito ver uma casal assim. Estava comentando com as meninas justamente que todos os dias poderiam ser assim, com gays, lésbicas e heteros se amando sem medo de preconceito. Não tem jeito, não vamos mudar a mente deles de uma hora pra outra. Pelo menos hoje fizemos nossa parte e mostramos que somos pessoas de verdade.’






What have you done today to make you feel proud?

4 comentários:

  1. Acho que a mídia em torno do gay pride já transformou tudo em pizza. Ou purpurina, como preferir. As pessoas vão pra causar, beber e beijar e se esquecem do motivo pelo qual deveriam estar lá.

    Abraços

    Enfil

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  2. E como foi a reação de vcs após ouvirem as palavras da trava?
    Não sei se estou certo, mas seu texto me deixou um ar de romance, amor novo...

    Bjos

    Obs: Vc escreve muito bem. Parabéns!!!

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  3. essa sua historinah me lembro uma fato que aconteceu na minha vida a uns 3 anos atras ou 4 naum lembro da data
    fiquei ate tocado o henrique que na vida real era rodrigo* fo a mesma coisa comigo!
    uó (....)
    enfim !essas paradas gay saum uma supresa mesmo!
    se bem aque aui eu sempre andei com meu ex namorado de mao dadas na rua e tudo que um casal hetero faz publicamente pena que no brasil eh assim
    ate quando eu morava ai fazia isso mais o povo eh bem ignorante mesmo !

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  4. axo q eh a minha primeira vez aki no seu blog neh?

    mas gostei bastante

    e qd vc disse q tds ods gays se reuniram em copa nese dia lembe q nesse dia estaav em outro estado sendo gay
    engraçado cm a liberdade eh algo q estah em nossas mentes.

    xx

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