domingo, 9 de novembro de 2008

Efeitos colaterais de começo de namoro

Um início de namoro tem várias conseqüências. Nenhuma que diminua o sentimento no novo BF, mas que trazem um certo momento estranho para quem estava a tanto tempo sem namorar, como era o meu caso.

A começar pela reação dos outros, porque o problema é sempre com eles. Ao mudar o status do Orkut é aquela loucura:

‘Hey! Comassiiiim ‘namorando’? Me diz quem é! NOW!’
‘Lu, pode falar... esse ‘commited’ no orkut é zoação, né?’
‘Ta namorando-o! Ta namorando-o! Ta namorando-o!...’

Claro que houve pessoas mais sutis. Outras mais decepcionadas, mas em geral a aceitação foi boa...
[Ate porque minha fama não é de ter relacionamentos muito longos... =X]

E, apesar de não ter contado ainda para meus pais por mero comodismo, o namoro está bem. Na ligação do dia seguinte, o teste que é um suplício pra mim, conversamos por mais de meia hora sobre absolutamente nada e tudo, e terminamos combinando de nos ver no meio da semana.



Foi ai que me dei conta do segundo efeito colateral de começo de namoro: a fase fofa. Temos apelidos, temos musica-tema, temos depoimentos diários. Isso tudo da parte dele. Por mais que estivesse sendo divertido, não pude deixar de me sentir meio idiota não respondendo a tudo o que ele fazia. Como se eu fosse um diabético no meio da doceria, mas ele não pareceu se incomodar por não aceitar tantos doces.

A campainha toca pra me tirar dos devaneios. Maurice [!] estava na porta. Como quem pega ar antes de mergulhar eu respiro e abro a porta.

‘Vim pegar minha camisa que esqueci aqui outro dia...’.
Camisa devolvida, o convidei para um café.
‘Não, obrigado. Eu só passei pra isso mesmo [...]. Vi que você ta namorando, quem é o cara?’
‘Se chama Bruno, você não conhece...’.
‘Ah, claro... Bem, tudo bem então, só perguntei...’.
‘E a faculdade como ta?’
‘Ta boa. To num dormitório cheio de caras gays, você não imaginaria... Acho que até o faxineiro é gay... blá blá blá fulano me deu mole blá blá blá transei com não sei quem... [ele ficou mais uns dez minutos contando vantagens sexuais pra me deixar irritado – e me deixou].
‘Que bom que você ta conseguindo o que quer...’.
Nessa hora ele para, olha nos meus olhos com cara triste e diz: ‘é.... tô conseguindo mesmo...', baixa a cabeça, se vira e vai.

E ao fechar a porta e chegar à conclusão de que Maurice já tinha perdido todo o significado que tinha pra mim, chego ao terceiro e derradeiro efeito colateral de começo de namoro em que ‘quem está por dentro quer sair e quem está por fora quer entrar’. Haja força de vontade.


Mas no dia marcado, Bruno aparece pontualmente, bem vestido e com o sorriso mais luminoso do mundo. Nesta hora lembrei de algo que um amigo escreveu:

"Sabe aquele abraço que te dá vontade de ficar sempre mais um pouco, e que tu só encontra naquela pessoa que não existe mais? Esse é o sorriso que o tal abraço provocava."

Foi quando vi sentido na frase. E puxei ele pra dentro pra só deixá-lo sair no dia seguinte...







Para ouvir depois de ler: Moldy Peaches - Lucky Number Nine

4 comentários:

  1. Que gracinha.
    ^^
    Adoro começo de namoro. (Y)
    Huahuahuaha, acho que por isso os meus são tão curtos. Hahahahahaha.

    Beijos.

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  2. Oi Luis!

    Cara, que bunitim. Eu tbm adorei o começo do meu namoro. Mas acho que sou muito sortudo, pq até hoje parece como no início... Mas o sentimento cresceu muito mais!

    Boa sorte e se cuida! Abraço.

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  3. o começo tem q ser pra sempre.

    qual a graça de curtir sabendo que o inicio nao dura pra sempre?

    boa sorte! :)

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