quinta-feira, 31 de julho de 2008

Resoluções

Cheguei atrasado em casa da festa da Katy. Ao terminar de amarrar o sapato, olhei para o relógio. 20:37. Seria praticamente impossível chegar ao centro da cidade em 23 minutos, mas sai correndo e peguei o primeiro ônibus que ia pra lá. Estranho foi meu celular não ter tocado, mas depois achei que foi o acaso que me protege sempre que ando distraído, como a música dos Paralamas, ou simplesmente mau funcionamento da minha operadora.

O fato é que 21:44 estava na porta do cinema. Sem ingressos, obviamente, mas George me esperava. Por um segundo agradeci Maurice ter me prendido na festa e eu ter chegado atrasado para não ter de acontecer a chata cena ‘com quem eu ia ficar’.


Como ele havia me esperado para comprar o ingresso, ficamos os dois sem rumo definido na noite. Não, não houve sexo, infelizmente. Acabamos em um bar gay na Lapa onde passamos a noite conversando, bebendo e nos beijando.

A noite acabou sendo agradável, onde tirei duas conclusões: 1º George era um cara incrível, mas eu não estava apaixonado por ele e essa falta de ‘it’ faz diferença. 2º ‘it’ não impede a gente vá pra cama...

Para ouvir depois de ler: Estelle - American Boy

terça-feira, 29 de julho de 2008

Maurice

Para poder contar o final dos posts anteriores, preciso contar outra historia, que por mais que não influencie diretamente, é uma historia que levou a um fato importante para ele. Eu sei que o texto é longo, mas a leitura é rápida, prometo.

Alexandre não foi o único homem que me marcou, apesar de ter sido meu primeiro namorado e de tê-lo dedicado o primeiro post daqui. O término do meu relacionamento com ele me levou a conhecer o que seria o mais angustiante e excitante amor, Maurice. Ele estudou comigo durante o pré-vestibular e juro que enquanto estava com o Ale nem pensava na existência dele. Por isso mesmo fiquei surpreso quando ele me convidou pra sair quando soube que tinha terminado meu namoro, pois nem imaginava que gay ele fosse. Isso porque ele usa roupas de surfista, ouvia musiquinhas da moda, como um típico playboy da Barra.

Eram tempos difíceis pra mim, quase não via minha família por conta dos estudos, sentia a pressão de ter de passar no vestibular e ainda por cima, estava sozinho sem o homem que achei que fosse ficar pra sempre. Fato que estava carente. Então, quando aquele garoto que ate ontem era ‘um mano’ chamou-me pro cinema, eu aceitei. Mais por precisar me distrair e sair da rotina pesada do que imaginando algo pra nós.

'eu estava aqui o tempo todo só você não viu...'


O encontro foi um desastre. A começar pelo filme, “Tropa de Elite”. Concorde que é meio difícil tentar ser romântico com tiros e corpos na tela. Derrubei um refrigerante e trocamos duas a quatro palavras em todo o evento. Claro que voltei pra casa pensando que ele nem me olharia mais pelos corredores do curso, mas fui surpreendido tendo um beijo roubado daqueles de tirar o fôlego quando saia do banheiro na segunda seguinte.


Aos poucos fomos nos acomodando juntos. Ele disse que tinha terminado um relacionamento também, então era como se nos curássemos. Era divertido ter alguém pra discutir os trabalhos e fugir pra dar uns beijos na cafeteria. Quase fomos pegos no elevador, nos trancamos em salas com as meninas vigiando, fomos a praia, enfrentamos chuvas. Foi uma época boa, mas hoje me pergunto se só foi assim porque estava machucado. Bem, não importa, porque o machucado mesmo ainda estava por vir.


De maneiras que não vale a pena falar, descobri que meu príncipe estava a me trair. Com o namorado dele. Eu era o ‘outro’ e não sabia. Daí por diante foi tudo ladeira a baixo. No churrasco da turma, o namorado foi. E eu fui com a garrafa de smirnoff, e tive meu momento Winehouse. Houve discussão, houve barraco, ouve ‘eu achava que você podia ser o cara’, houve portas batidas. Houve coração machucado, houve lágrima, houve grito, mas não houve arrependimento. O único foi na formatura, onde num momento de fraqueza, pedi carona a ele e me despedi com um beijo. Foi o mais triste e o mais doloroso que há provei. E, é claro, estava chovendo, porque nessas horas sempre chove.

O tempo passou, mas mantive alguns contatos do pré vestibular. Entre eles, Katarina, uma sino-canadense que passou no para uma faculdade em outro Estado no segudno período, logo ia morar por lá. Mas não sem antes fazer uma festa de despedida. A festa foi no dia em questão do post anterior, e é claro, Maurice estava lá. Bebidas, presentes, fotos e de repente ele ta do meu lado.


― Opa, sabe aquele concurso que tava tendo de auxiliar técnico na sua facul?

― Sim, lembro de você comentar que tava estudando pra ele...

― É, Eu passei! Em vigésimo quinto lugar, então fui ontem ver em qual filial eu ia trabalhar. Queria ficar na de química [esqueci de mencionar que ele faz engenharia química], mas cheguei atrasado. Então fiquei na de arquitetura...

― Na de arquitetura?!? Mas...Mas design fica na mesma filial, dois andares acima.... [é, eu sou estudante de design]

― É, né.... – deu uma risadinha e foi saindo.


Na hora, me controlei. Mas um misto de alegria e angustia tomou conta de mim. Ta, mais de alegria que de angústia, mas essa última estava lá. Sabia que vê-lo pode me fazer mal, imagine todos os dias? Se fico com ele, me angustio por saber que não vou tê-lo só pra mim. Se não fico, me ressinto porque gosto dele, apesar dos pesares. Se o ver com outro, me revolto, mas não vou poder levantar nenhum dedo.


E foi nesse clima de confusão sentimental, que voltei pra casa pra me arrumar para encontrar Jorge e George.



[continua...]


Para ouvir depois de ler: Robyn - With every heartbeat

sábado, 26 de julho de 2008

George e Jorge

Conheci George na pista de dança. Ele era lindo dançando e como também gosto de uma boa música foi fácil chegar até ele. Tínhamos uma boa química juntos e ficamos ate o fim da festa.

Jorge estuda na mesma faculdade que eu. Temos amigos em comum e já observava ele nas reuniões nos bares de sexta a noite com a galera. Num daqueles dias no fim de período e com bastante álcool na cabeça, o beijei no meio do bar, para delírio das pessoas a mesa e horror dos outros freqüentadores.

Ambos só possuíam em comum a pronuncia do nome e terem o número do meu celular.

Antes que levante a pedra pra jogar no cafajeste enrolador de pobres moços, digo que em nenhum momento enganei os dois: ‘se não estamos em um compromisso, não me peça fidelidade’, disse.

Mas certas coisas, por mais que sejam ditas mais de uma vez não necessariamente são compreendidas.

Depois de certo tempo, Jorge começou a demonstrar um ciúme patológico/doentio e George começou a esnobar achando que não queria mais nada com ele. Enquanto eu estava ocupdo com trabalhos e contas atrazadas.

Honestamente, minha cabeça e meu coração andam numa montanha russa tão grande que escolher se torna algo difícil, além de angustiante. Mesmo assim, ate então problema não havia já que ninguém se dispunha a dar o primeiro passo.

Ate então...

Tudo começou na semana passada, durante um aniversario de um amigo da faculdade. Antes de o bolo chegar, um garoto aleatório coloca na mesa um flyer de um evento que ia acontecer no próximo final de semana onde teria uma sessão noturna de filmes alternativos gays com uma super festa em seguida. O programa tem tudo o que eu mais gosto: cinema, festas e gays. Então, me animei muito a ir. Então Jorge diz: ‘Claro, querido, a gente marca como vamos’... Foi ai que percebi que deveria ter contido um pouco minha animação, já que não queria passar uma noite inteira sendo chamado de ‘o namorado do Jorge’ por todos. Mas o dano estava feito e o encontro, marcado. Não seria ruim afinal...

A semana passou e a expectativa do evento aumentou. Ate a complicação chegar. Há vinte minutos, meu celular toca. ‘George chamando’. Atendi bem como sempre o fiz. Então George diz: ‘Hey, ouvi falar de um evento legal que vai ter no centro da cidade com filmes alternativos e festinha e queria muito ir com você...’. É claro que no momento eu fiquei nervoso e não soube o que dizer e acabei assentindo que ia com ele.

a atração principal acontece antes do filme começar...

E enquanto me visto e escrevo visualizo os dois na fila me esperando e penso na enrascada que me meti... Acho que vou ficar doente esta noite...

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Quimicas perigosas

Madrugada solitária na frente do computador como tantas outras onde o msn é a única luz e som no quarto escuro. India Arie canta baixinho do jeito que gosto de ouvir. As pessoas de sempre conversam comigo, sobre os mesmo assuntos. O que diferenciou esta noite das outras que fico no computador foi um ex, Dr.D, que resolveu me adicionar para conversarmos um pouco.

Dr. D era um cara bem comum, por isso nosso namoro não vingou. Isso e o fato de que estava apaixonado por outro naquela época, mas isso não vem ao caso. O fato é que tínhamos boa química e pra ser sincero, nestes tempos de seca – desculpa, ‘chove mais não molha’ seria mais apropriado – uma boa química traz muitas boas lembranças em madrugadas solitárias.

A conversa começa como todas as outras, até começarmos falar do nosso tempo junto. E ai estava o perigo. Não sei se foi a noite quente, o assunto, as lembranças [, a carência], mas no final já estávamos combinando onde como e quando, possivelmente, podíamos nos ver pra matar a saudade.

Seria tão ruim assim querer marcar algo mesmo que a intenção de voltar seja nenhuma, ou estou sendo piranha/cafajeste de novo?

O jeito é esperar a ligação dele...


'Dr. D acaba de entrar'



Para ouvir depois de ler: Kate Nash - Pumpkim Soup

terça-feira, 22 de julho de 2008

A falta que faz

Sempre começam esses relatos pessoais com um fato importante que aconteceu na vida ou uma justificativa para ter começado. Acho que a mudança de apartamento, finalmente conseguindo minha independência dos meus pais pode ser considerado um fato e uma justificativa. Por mais triunfante que possa parecer, não há muitas alegrias em mudar de casa e poder deixar as suas coisas do seu jeito. Mesmo assim, sempre falta algo, ou uma caixa extraviada, ou a pasta de dente, mas no fim do dia respira-se fundo e vem o sentimento de que ‘agora é minha vez’.

Entretanto não foi a mudança que me motivou, e sim a lembrança. Ao desfazer as malas de roupas, um caderno antigo, daqueles que escrevia bobagens e desenhos sem sentido, caiu no chão, aberto. Meio atrapalhado com os casacos, jogo-os na cama pra pegar o que havia feito tal barulho.

O caderno marcava a letra ‘A’ da agenda. Justamente no nome dele. Irônico achar o número, já que havia perdido a agenda do meu celular e o contato com ele. Iria fazer um ano que nos separamos. Lembrei que ia fazer um ano porque foi perto do meu aniversario.Um ano dói. Dói porque ele tinha sido meu primeiro e tinha toda aquela fantasia de que seria para sempre. Não que antes dele eu não tivesse tido outros homens, mas ele foi o primeiro que rolou entrega, paixão e depois dele só decepção. No mesmo momento cavei por entre os montes de caixas e bagunças a procura do seu ultimo presente: um livreto, contando nossa historia. Ate hoje me inspira de certa forma. E no meio daquela coisa de lembrar do que era bom, sofrer pelo que foi ruim e da estranha sensação de estar sozinho que comecei a escrever.

Na verdade, isso dá um certo tom dramático que não existiu muito na cena. Afinal, tenho vinte anos, estou começando na minha carreira e de vez em quando tenho uma paquera ou outra. Sozinho mesmo nunca fiquei, mas vira mexe sinto falta daquele sentimento da alma de sermos dois e sermos únicos. Certos sabores deverias ser proibidos de serem experimentados.


Para ouvir depois de ler: India. Arie - The Heart of a Matter

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Blue Season

Acho que faz parte do blog ter uma cara, e já que estou estudando design, não custa nada colocar em prática. Então, assim como os amigos do 3 sem tirar, lanço a propaganda da primeira temporada do Crônica Masculina. Enjoy:

Porque as historias não podem parar...