quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

A última vez que digo seu nome

Roberta é uma das minhas colegas de trabalhos. Aos 27 anos, mora sozinha e estava em pleno dilema amoroso. E seu nome era Paula. Quando estavam perto de morar juntas e praticamente se casarem, Paula decidiu que queria um tempo para encontrar com outras pessoas e ver se era aquilo mesmo que ela queria. Essa historia me foi contada em um dos intervalos do trabalho segurando choro e olhando duro. Eu via que ela queria parecer forte quando era difícil ser. E também via que mesmo a Paula indo visitá-la todos os dias no trabalho e com Roberta estando chateada com esse ‘fode e não sai de cima’, elas tinham ali tinha algum sentimento de verdade, embora uma delas não estivesse vendo. Como se amor verdadeiro fosse obvio apenas para quem sofria. E sim, é claro que eu me identifiquei com isso.

Poucos arrependimentos passaram pela minha ate-agora-breve vida. A maioria deles foram de coisas que fiz a mais e só uma de que não fiz, mas que me questiono se me arrependo mesmo. ‘Estar procurando alguém para amar é bom e achar alguém que valha a pena e que se apaixone é melhor ainda. Mas não se evolui deste jeito, tendemos a nos acomodar.’, disse Fabio, 18 anos mas com experiência de 30 em uma de nossas conversas de bar. ‘Hoje sei que estou fechado para o amor. Sequei mesmo. Mas estou indo muito bem no trabalho e ganhando mais a cada dia. Isso me basta. Prefiro ser sozinho em meu Audi em Nova York do que ter essa perdidamente apaixonado e na merda.’ Decretou depois da primeira garrafa. E de certa forma fez sentido. Sua historia era parecida com a minha e foi difícil conseguir que ele contasse. Eles se conheceram pela internet por acaso, se tornaram bons amigos, começaram um romance que se transformou em paixão e que acabou por imaturidade amorosa de um ou dos dois. No caso dele, o outro não soube amá-lo. No meu caso, tenho quase certeza que fui eu.


o doce veneno do escorpião

Em ambos os casos, as confidencias de ambos retumbavam lembranças do Ale. Ao mesmo tempo pensava no Jo, tão disposto a amar alguém que não quer amar. E em André, que ainda não tinha algo de verdade com ninguém enquanto eu tinha um mundo nas minhas costas. E só temos 1 ano de diferença. A conclusão que chego é que dentre sofrer por amores ou viver com as dores, eu preferi colocar meus óculos escuros e seguir meu caminho. Era o fim de dezembro no verão mais frio e chuvoso, não havendo tempo melhor para deixar uma lembrança partir. E vendo as ondas de copa engolindo o símbolo dessa lembrança, nosso anel de compromisso, eu deixo ele partir e ser feliz. 2009 reserva algo muito melhor para mim...






Obrigado a todos os amigos e leitores que me ajudaram, comentaram e apoiaram. E que venha o ano que vem.






Para ouvir depois de ler: Death Cab for Cuttie - I’ll posess your heart

7 comentários:

  1. os amigos estão sempre aí...

    q 2009 seja ótimo
    e estamos juntos em copa

    xx

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  2. esse texto ficou lindo!
    tem horas que nao sei o que comentar pq tenho certeza que vc ja sabe o que eu penso e sei que nos entendemos pois diversas vezes nos sentimos da mesma forma. As vezes a gente cansa, mas as vezes a gente se surpreende. Talvez o problema seja sempre querer buscar o amor ao invés de deixar ele aparecer na hora certa (ou na errada, que seja).
    que esse ano novo reserve milhoes de surpresinhas boas pra nós!
    luv ya
    =*

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  3. Eu prefiro o Audi e o amor, as pessoas tendem a acreditar que não podem ter os dois juntos, eu acredito que somos o que acreditamos..merda jamais!!! hehehe e que venha 2009! Primeira vez por aqui..adorei..!

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  4. a única coisa q me incomodou foi "que reserva algo melhor para mim", como se ele tivesse sido tão ruim... foi uma experiencia, q te fez aprender, se vc aprendeu, valeu a pena!

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  5. Muito Bom.. continue ..
    Bom 2009!!

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  6. Esse texto ficou lindo.

    "Prefiro ser sozinho em meu Audi em Nova York do que ter essa perdidamente apaixonado e na merda."

    Infelizmente eu concordo. uahauaua

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