sábado, 24 de janeiro de 2009

Paranóia [ Why are you so PARANOID? ]

“Mal se encontraram, logo se olharam;
mal se olharam, logo se amaram;
mal se amaram, logo suspiraram;
mal suspiraram perguntaram o motivo de o haverem feito;
mal souberam a razão, logo procuraram o remédio.”

Shakespeare em Como Gostais, Ato V



É uma semana incomum para mim. Normalmente não tenho o costume de sair duas vezes na mesma semana, mas se não o fizesse nas férias provavelmente nunca faria. Para não perder o costume escolhemos uma festa do Grupo Paranoid, o mesmo que produz a Ultra Love Cats. Mas desta vez estávamos na Lapa, berço da boêmia carioca.

Henrique e Fabio já me esperavam na porta, olhando os relógios e batendo os pezinhos. Tomamos a primeira rodada do lado de fora e observamos os habitues e visitantes na fila. Dava pra apontar quem estava indo pela primeira vez e quem já estava cansado de ir para lá. ‘Nem fiquem olhando muito, meninas, porque as duas estão comprometidas esta noite!’, disse Henrique cortando o nosso barato. Da festa de segunda-feira, eu e Fabio terminamos acompanhados por garotos bonitos do Grajaú. Os dois viriam juntos e nos encontrariam mais tarde, dentro da festa.

Fa, Lu e Rique. XD

Estávamos na frente do Cine Lapa quando encontramos Felipe, um amigo que trabalha com telemarketing nas proximidades da Lapa. Logo ele não agüentava o lugar. Ele tinha um grupo de conhecidos do trabalho que se juntaram a nós, mas não quiseram sociabilizar. “Odeio esse lugar. Ainda mais porque encontrei esse fulano na fila...“, Felipe começava a praguejar antes da primeira tequila. Perguntamos quem era fulano e ele contou uma historia triste de um relacionamento de 7 meses as escondidas no trabalho em que eles acabaram por se separar. O fulano chegou a dizer que não entraria na mesma festa que ele porque iria se magoar se o visse ficando com alguém. ‘Você tem certeza de que ele falou isso?’, indaguei inocentemente. “Claro que sim, por quê?”. “ Bem...porque ele ta dando em cima de mim...” Nesta hora todos viram e o fulano esta ficando vermelho-roxo ao perceber que todos sacaram as olhadinhas dele. Com isso, Felipe entrou na festa conosco. Fulano ficou do lado de fora.

A festa era ‘Surububa’, comemoração do aniversario do DJ Buba. No primeiro andar rock alternativo e no segundo trash pop. Encontramos Guilherme e João, os bonitos do Grajaú, já no lado de dentro e sentamos perto do bar em cadeiras que lembravam de cinema. Conversas e bebidas e reparei o quanto Fabio parecia satisfeito ao lado de Guilherme. Era no sorriso dele que estava a contradição de quem havia dito que amor não existe. E no meu a confirmação de que ele poderia existir. João é o tipo tímido-mas-que-pode-surpreender que eu adoro. Passamos a noite toda entre ambientes, conversando e beijando. E por mais que olhares esticados de semi-conhecidos e ex esperançosos cruzassem o meu caminho, nos braços dele conseguia ficar satisfeito. E assim a noite rolou em clima de romance para mim. Alias, eu estava precisando.



Lá pelas tantas da madrugada, esbarro com Henrique e Felipe cansados da caçada. Fabio havia ido embora, porque Guilherme estava reclamando de algumas dores e, como cavalheiro, ele foi levar o menino em casa. Entre uma suspeita de dengue ou bebedeira mesmo, Fabio não acreditou muito na historia do garoto o que fez só aumentar sua raiva pois já tinha perdido a festa. Deixou ele são e salvo e foi para casa. Antes de se deitar ainda pensou o quanto estava cansado de sempre acontecer a mesma coisa em seus relacionamentos, em que o cara faz uma besteira que estraga tudo que pensava estar sendo construído. ‘Homem não presta.’

Mas assim são os encontros e desencontros amorosos. Alguns não sabem o que procuram e se jogam na massa de corações partidos, como Henrique sempre a colocar defeitos em seus pretendentes. Outros acham e perdem e vivem tentando achar outra vez o que já tinham, como Felipe e Fulano tentando esquecer um ao outro. Uns não se satisfazem com pessoas falhas e vivem a sorrindo em negação, assim como Fábio e o recente fim de seu affair. Mais outros ainda, diante de uma possibilidade real depois de tantas possibilidades frustradas se enchem de insegurança e esperança em uma contradição difícil de se prever.

“ Vê se não estraga tudo dessa vez com esse garoto, Luis. Ele parece ser um cara legal. ”, aconselhou Henrique quando voltávamos pra casa.

Eu vou tentar, eu vou tentar.







Para ouvir depois de ler: Kanye West ft. Mr Hudson - Paranoid

5 comentários:

  1. posso dizer?

    inveja branca d vc
    vida normal
    sai, fik cm pessoas e eh feliz

    eu keria tnt ser assim
    poder ir p boate gay na minha cidade e fazer msm

    soh me falta coragem
    xx

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  2. É uma eterna busca em que todos estamos.
    E quando achamos uma coisa, partimos pra buscar outra.
    Te digo: estou no namoro perfeito, feliz... Mas algo me inquieta e eu agora busco outros horizontes profissionais.
    Quando paramos de buscar, morremos.
    Mas... belo texto!
    Abraço do alto da serra!

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  3. Puxa... que legal!!! Curti muito seu blog. Estou passando para retribuir e visita e agradecer as belas palavras que me deixaste!!! Valeu por ter me linkado... com certeza, retribuirei... hehe!!! Voltarei mais vezes, viu! Abraços!

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  4. o q tem me faltado são opçoes para tentar...

    boa sorte pra vc e seus amigos
    boa sorte mesmo

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