"Todos os caras mais gostosos são gays."
Paris Hilton
Paris Hilton
Domingos são dias mortos naturalmente. É o primeiro dia da semana e é aquele em que se deveria descansar para começar a semana bem. No último foi o dia internacional das mulheres, apesar disso. Parabéns às leitoras, aliás. Eu sei que elas mereciam muito mais que um tapinha nas costas, mas o meu dia me mostrou um outro lado que talvez não merecesse ser comemorado.
Já de saco cheio do domingão do Faustão, decidi chamar Edu para ir ao cinema. Fomos ao Nova América, um shopping que fica perto do terminal do metro. Já na fila percebemos o caráter progressista do local, com pelo menos dois casais gays de mãos dadas, o que nos deixou menos tensos a qualquer reação homofóbica. Assistimos ‘Watchmen’, divertido até, mas como já falei aqui não sou bom em criticas de filmes. Deixo isso para o Cinema Homens e Pipoca . Logo depois de sair da sala, procuramos uma mesa na praça de alimentação para conversarmos e bebermos.
Dois copos de chopp depois e já estávamos com nossas conversas filosóficas de mesa de bar quando do outro lado do shopping uma menininha feliz passava com sua família. Nós não estávamos nos agarrando, nem sequer nos beijando, apenas conversávamos, mas dava para reparar que éramos íntimos pela nossa proximidade. A grande maioria olhava e parecia não se importar. A garotinha não. Ela devia ter uns sete anos e com toda a dramaticidade infantil apontava para nós, colocava a mão na boca simulando uma risada e fazia seu show. Edu estava de costas e não viu no começo, mas com a minha visão ‘privilegiada’ do espetáculo eu comecei a ficar seriamente puto com aquilo.
Era a garota, mas não era só ela. Era a ignorância na vida de uma menina que não era diferente da população do mundo que viveria a vida toda se importando com as diferenças dos outros e se incomodando com o que não tem nada haver com a sua vida. Era o pai que a impedia de apontar, mas olhava para trás e incentivava a discriminação e provavelmente ensinou a ela que ‘aqueles veadinhos não não iriam para o céu’ ou qualquer baboseira homofóbica sem fundamento. E ao mesmo tempo em que sentia raiva pela atitude escrota da menina – a qual repito que na minha opinião a culpa é toda e exclusiva dos pais que a ensinaram que isso é ‘errado’ ou ‘doente’ – eu sentia pena dela. Pena de um ser que vai viver a vida na ignorância a não ser que a vida de um tapa na cara dela e diga para ela deixar de ser escrota. Ok, talvez eu esteja um pouco alterado, mas no fim das contas eu não fiz nada contra a menina. Mesmo depois de ela vir na nossa mesa e perguntar porque estávamos encarando ela. Eu pensei em mil e uma respostas malcriadas, mas escolhi a milésima segunda: continuar sendo feliz e deixar a garota se rasgando de raiva.
Isso ficou na minha cabeça por alguns dias, mas a vida tem de continuar.
Para ouvir depois de ler: Garbage - Bleed like meJá de saco cheio do domingão do Faustão, decidi chamar Edu para ir ao cinema. Fomos ao Nova América, um shopping que fica perto do terminal do metro. Já na fila percebemos o caráter progressista do local, com pelo menos dois casais gays de mãos dadas, o que nos deixou menos tensos a qualquer reação homofóbica. Assistimos ‘Watchmen’, divertido até, mas como já falei aqui não sou bom em criticas de filmes. Deixo isso para o Cinema Homens e Pipoca . Logo depois de sair da sala, procuramos uma mesa na praça de alimentação para conversarmos e bebermos.
Dois copos de chopp depois e já estávamos com nossas conversas filosóficas de mesa de bar quando do outro lado do shopping uma menininha feliz passava com sua família. Nós não estávamos nos agarrando, nem sequer nos beijando, apenas conversávamos, mas dava para reparar que éramos íntimos pela nossa proximidade. A grande maioria olhava e parecia não se importar. A garotinha não. Ela devia ter uns sete anos e com toda a dramaticidade infantil apontava para nós, colocava a mão na boca simulando uma risada e fazia seu show. Edu estava de costas e não viu no começo, mas com a minha visão ‘privilegiada’ do espetáculo eu comecei a ficar seriamente puto com aquilo.
Era a garota, mas não era só ela. Era a ignorância na vida de uma menina que não era diferente da população do mundo que viveria a vida toda se importando com as diferenças dos outros e se incomodando com o que não tem nada haver com a sua vida. Era o pai que a impedia de apontar, mas olhava para trás e incentivava a discriminação e provavelmente ensinou a ela que ‘aqueles veadinhos não não iriam para o céu’ ou qualquer baboseira homofóbica sem fundamento. E ao mesmo tempo em que sentia raiva pela atitude escrota da menina – a qual repito que na minha opinião a culpa é toda e exclusiva dos pais que a ensinaram que isso é ‘errado’ ou ‘doente’ – eu sentia pena dela. Pena de um ser que vai viver a vida na ignorância a não ser que a vida de um tapa na cara dela e diga para ela deixar de ser escrota. Ok, talvez eu esteja um pouco alterado, mas no fim das contas eu não fiz nada contra a menina. Mesmo depois de ela vir na nossa mesa e perguntar porque estávamos encarando ela. Eu pensei em mil e uma respostas malcriadas, mas escolhi a milésima segunda: continuar sendo feliz e deixar a garota se rasgando de raiva.
Isso ficou na minha cabeça por alguns dias, mas a vida tem de continuar.
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É com certo atraso que agradeço ao Douglas do Proud Brasil por mais uma selo, o Troféu Amigo, um selo ‘para blogs que são extremamente charmosos. Esses blogueiros têm o objetivo de se achar e serem amigos. Eles não estão interessados em se auto promover.’
Meus indicados são:
1. Gay alpha
2. Branco Súbito
3. 3 sem tirar
4. G cliché
Parabéns a eles!
eu tava na rua do rio sábado e fui cantado lá...
ResponderExcluirsó parei p pensar no quão progressista era o nova america agora q vc comentou... realmente
qt a menininha, era uma criança
vc naum disse a idade q ela teria, mas enfim, era uma criança
crianças são reflexos dos pais msm e dizer q ela vai passar a vida td na ignorancia eh exagero sim... ela naum vai passar a vida td sendo reflexo dos pais, mt pelo contrario vc imagina!
mas as chances d ela ser homofobica são gdes... na verdade acho q as mulheres hetero agora sao mais homofobicas q os homens, elas estaum cm raiva, elas axam q estaum perdendo
mas naum fik cm raiva da garota naum... eh soh uma garota
xx
vc me deu o tema para minha próxima postagem...
ResponderExcluirMas.. o que você disse para a garota? Fiquei curioso aqui..rs.
ResponderExcluirSobre orgulho e preconceito eu não creio que a sociedade irá mudar de uma hora para outra. Mas MUITA, MUITA coisa MUDOU nos últimos cinquenta, trinta, dez e, pq não dizer, dois anos.
As coisas vêm evoluindo, E BASTANTE, porém em um ritmo BEM mais lento do que gostaríamos.
Como acelerar tal mudança?
Eu creio que é exatamente com orgulho que o preconceito irá morrer cada vez mais.
Quanto mais nos expormos, dizer o que pensamos, andarmos de mãos dadas, nos abraçarmos em público... Mais outras pessoas se sentirão seguras e à vontade para se soltarem. (Veja o exemplo do cinema, qdo você se deparou com um casal gay, já ficou aliviado contra represálias homofóbicas)
Pensando desta forma, posso apenas concluir que esta mudança depende de nós mesmos. Cada um fazendo um pouquinho, logo logo teremos uma sociedade mais aberta ao diferente.
Não que eu sonhe na morte do preconceito totalmente. O que eu acredito e que ele possa morrer em mais e mais mentes e corações preconceituosos.
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Você acaba de repassar um selo que te indiquei e já estou eu aqui de novo para indicar mais um.
Da uma passada la no
http://proudbrasil.blogspot.com/ para pegá-lo.
Ah! E não deixe de conhecer meu novo Blog. Agora, com enfoque no universo gay. É o http://pridebrazil.blogspot.com/ . Ele ainda não foi lançado oficialmente, está mais numa fase experimental, mas farei alguns posts bacanas para esta frase pré-estreia dele.
Abrss.... e até mais.
Ihhhhh... sei como é isso... Mas não encana, não!!! Constrangido precisa ficar o pai da meninina... E da próxima vez dá um peteleco na cabeça dessa pentelha... hahahaha!!!
ResponderExcluirMais um selo?? Humm... Adorei!!! Agradeço, mais que o selo, mas pelo carinho e atenção!!! Vc é dez!!! Grande abraço!!!
1 - Não sabia que o Nova America estava tão friendly assim.
ResponderExcluir2 - É lamentável como a homofobia começa desde cedo, influenciada por uma educação preconceituosa, machista e equivocada, baseada no tal conceito judaico-cristao do "pecado".
Isto me fez lembrar de uma festa infantil que eu estive há pouco tempo atrás, onde um menininho começou a chorar não sei por qual motivo durante uma brincadeira da gincana e a animadora da festa soltou a seguinte frase (no microfone ainda por cima!): "Chorar é coisa de mulherzinha"...Como fiquei revoltado! Só não levantei da mesa pra ir falar com ela porque fui impedido pelos meus amigos. Mas aquilo ficou engasgado, assim como vc ficou no shopping com a menininha impertinente...
Embora saiba que alguma coisa melhorou de uns tempos pra cá, continuo achando que o processo está muito lento...Precisamos acordar!
3- Também quero saber oq vc respondeu pra garotinha "monstro"...hehe Abs
http://kikoriaze.wordpress.com
a gente percebe isso no olhar mesmo ne?
ResponderExcluirbrigado pelo selo!
logo logo a gente atualiza la no Sem Tirar.
Bração!
PS: Esse cd do Garbage é foda!
a gente percebe isso no olhar mesmo ne?
ResponderExcluirbrigado pelo selo!
logo logo a gente atualiza la no Sem Tirar.
Bração!
PS: Esse cd do Garbage é foda!
Também quero saber o q vc respondeu pra garotinha.
ResponderExcluirE as pessoas mudam. Eu sou uma mulher hétero criada numa família católica tradicional em relação a sexo e preconceituosa com gays e aqui estou pra elogiar seu blog e pra dizer q leio varios blogs gays e adoro! Eu mudei de atitude, as pessoas podem mudar ainda bem!
bjs
Menino... nem sei como agradecer o selo... e principalmente a descrição... obrigadooo!!!
ResponderExcluir^^